quarta-feira, 4 de março de 2009

Introdução

Durante a pesquisa de um tema de trabalho surgiu-nos uma dúvida relativa à forma como os interfaces se apresentarão no futuro. Como muitos autores citaram, vivemos num mundo bastante visual e, conforme a evolução tecnológica que tem vindo a ocorrer neste século, deixamos de ver um objecto num plano real, para um plano bidimensional e neste momento não só podemos ver num plano tridimensional como também podemos interagir com a representação gráfica do objecto, numa tela bem mais variada do que a tradicional pintura. Ou seja, podemos realmente concordar que, se ainda não vivemos totalmente num mundo visual, ou não o percebemos porque é algo que neste momento está a acontecer ou então damos demasiada primazia ao sentido em causa. Só que, por outro lado, pensamos que mesmo assim e pegando nas ideias de Mcluhan os medias estão a tornar-se demasiado COOL, logo não só abrangem um sentido, como o da visão, mas também o da audição e do tacto - que envolvem e captam de uma forma mais eficaz a atenção do espectador . Então pergunto-me porque que é que os medias do tipo Hot com base noutros sentidos sem ser o da visão, estão a ser menos desenvolvidos? Uma possível resposta está no facto de a audição, entre outros sentidos como o olfacto, serem pessoais. Não podemos entrar na cabeça de uma pessoa para dizer «Hum, acho que foi isso que senti», porque, para fazermos essa relação, vamos cruzar os nossos conhecimentos/as nossas ideias e imagens associadas ao conhecimento em causa. Estamos a ser a outra pessoa e não nós. Possivelmente através de imagens teríamos uma percepção melhor do outro sem perder a nossa identidade. A música, como exemplo sonoro com carácter mais abstracto, necessita muitas vezes de recorrer a um suporte visual para o espectador criar ligações com aquilo que conhece e atribuir um significado. Será que antigamente, antes do séc. XX, tal acontecia?

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